A verdadeira história

- Alô? - alguém falou.
- Oi, sou eu - foi a resposta.
- Você? O que cê quer? Já acabou a tua farra? - o tom foi amargo.
- Ei, espera. Me escuta... Eu... Eu não queria que fosse desse jeito, você tava tão ranzinza. Eu acabei perdendo a cabeça... Me perdoa?
- Pros diabos com teu perdão! - esbravejou. - Tuas mentiras eu até fingi tolerar. Quando tu saía e não falava por onde ia andar, eu tolerei. Mas agora chegou a vez de o mundo girar.
- Ora, deixa de onda vai. Sabe o quanto tu foi importante pra mim, só agora eu percebi, vai me deixa adentrar de novo esse teu coração? - uma faísca de esperança pairava.
- Meu coração nunca fôra abrigo pra mendigo nenhum entrar. E digo mendigo não por falta de grana, mas por tu ser pobre de sentimentos. Tu fostes ainda mais além, roubastes o meu, e me deixastes na mão. Romeu, como podes dormir a noite com tamanha pertubação? - um soluço era audível por de trás do telefone.
- Ju, sei que errei, sujeito algum faria isto contigo. - tentava ajustar as palavras ao mesmo tempo que refletia a burrada feita. - Mas Ju me perdoa? Tava contando contigo pra ir ao baile, música lenta ,valsa, nós dois juntos. Não era isso que tu tanto queria? - aquela labia era sempre perspicaz, mas não desta vez.
- Então chegastes ao ponto, um mero baile. Como sou tola por achar que isso viraria uma reconciliação. Você e seu maldito status, se apaixonar por tu é uma praga,e não a desejo para inimigo algum. Desculpa, a porta se fechou  Romeu, e desta vez você ficou pra fora!
-Esp... - foi impedido de completar.
TU,TU,TU,TU...

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