Ainda há tempo

Eu te mostrei o mundo,
Desde o seu primeiro suspiro..
Lhe mostrei tudo em que nele havia,
As mais belas árvores,
Os melhores frutos,
As flores e suas maravilhosas fragrâncias,
As mais belas cachoeiras e enfim os mares.
Tudo o que eu criei.
Tudo isso eu permiti que você vivenciasse,
Que sentisse.
Ali, do meu lado, você tinha tudo e era o meu tudo.

E só de ver aquele teu sorriso,
Seus suspiros,
Ah, como você era feliz!
Mas então, como num piscar de olhos,
Você se deixou levar para outros caminhos.
E de repente a rosa, que antes tão terna, se tornou tão escarlate e cheia de espinhos.
Tornando seus caminhos tão tortuosos quanto um labirinto.
As águas, antes rasas e tranquilas, se tornaram profundas e tempestuosas.
E o fruto que antes era teu alimento, se tornou o seu veneno e o motivo de sua própria fome e choro.

Seu belo sorriso, 
que outrora era tão brilhante,
Ficou tão obscuro que chegava a ser medonho.
E os seus olhos se tornaram um imenso buraco negro, 
Alimentado por medos, incertezas, desesperos e ilusões..

Eu sangro só de lembrar...
Filha,
O que você sentiu,
Ali do seu lado eu senti também.
E toda dor que você jurava estar sentindo e suportando sozinha,
Acredite, em mim eram centenas de vezes pior.

Volte para casa filha,
Ainda há tempo!
Volte para casa filha,
Prometo levar todas essas dores embora.
Volte para casa filha,
Prometo ganhar esta batalha com você.
Volte para casa filha,
Ainda há tempo!
Basta me chamar,
Basta você querer.
Basta acreditar.
Por favor, venha logo.
Estou esperando por você.











Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Qual o motivo de sua existência?

Eu juro que parei - Um apoio ao setembro amarelo!

E se...